terça-feira, 1 de setembro de 2009

Capítulo 2.


Acordei com alguém me chacoalhando muito. Era Oliver.
- Dominique, acorde. Ta tendo festa na casa do Frank e a gente ta indo pra lá. Levanta, Dommi! - E continuava a me sacudir.
Levantei furiosa e olhei pra ele.
- Já ouvi, já ouvi. Para de me encher o saco. Não ta vendo que já levantei?
Com esse meu ataque de nervos Oliver começou a rir e saiu do quarto dizendo:
- Eu sei que você adora quando eu te acordo, anjo.
Já me acostumei com ele entrando assim sem nem chamar, por mais que ele seja um pegador.. ele continua meu amigo. O incrível é como ele tem carisma, muito carisma. Gosto de ficar perto dele, é agradável.
Me arrumei rápido, me juntei a galera para irmos à festa.

Frank's party

Tinha tanta gente que do lado de fora se via a loucura que deveria estar lá dentro.
Olhei para a expressão dos meus amigos, puxei London para entrarmos juntas na casa. Esbarrei em praticamente todo mundo na tentativa de ir até algum lugar pegar bebida, nisso perco London de vista, porém Dean aparece na minha frente segurando dois copos e me oferece um deles.
Na hora meu coração acelerou tanto que o máximo que eu consegui fazer foi agradecer, sorrir e pegar o copo. Droga, essa timidez sempre me atrapalha.
Enquanto bebia observei tudo a minha volta e vi que Brigitte estava do outro lado do lugar com o olhar fixado em Dean. Desconfiei por alguns segundos pois lembrei do que Chris havia me perguntado, mas resolvi deixar pra lá.
Já com o copo vazio, balancei a cabeça e puxei Dean para dançar. A essas horas eu já nem tinha mais vergonha alguma. Dançamos por algum tempo até que decidimos nos sentar. Achamos uma mesa cheia de copos vazios e meio cheios então derrubamos todos no chão, afinal já estava uma bagunça, nos sentamos ali mesmo e ficamos tentando conversar em meio àquele barulho quando ele se levanta e diz:
- Dommi, quer outra bebida?
Somente assenti com a cabeça. Ele me olhou e sorriu indo buscar os copos.
Tomei coragem, o peguei pelo braço e ele se virou pra mim.
- Dean... - Droga, não da.. sou covarde, meu coração disparou tão forte que dessa vez pensei que o mesmo fosse sair pela boca então desisti da ideia e inventei qualquer coisa. - err... aqui ta muito quente... eu vou te esperar lá fora.
E me virei para sair dali enquanto ele fora buscar as bebidas. Quando cheguei no quintal gigantesco, localizei London falando com Tony que é um menino bonitinho do time de baseball eu acho, o bom é que ela parecia tão entusiasmada; enquanto encostado em um muro vi Oliver beijando uma menina esquelética.. ele deve estar bêbado.
Balancei a cabeça, rindo de canto e percebi que eu estava perdendo tempo com Dean. Entrei a sua procura e vi ele se esforçando muito para derrubar o mínimo de líquido possível enquanto passava pelas pessoas. Ri sozinha o vendo naquela situação e enfim tomei coragem de tentar roubar-lhe um beijo.
De repente vi alguém o puxar para um canto. Não deu pra ver quem foi, só sei que os segui e ao chegar onde estavam me deparei com a cena dos dois se beijando. Olhei por alguns segundos e interrompi.
- Dean?
Ele se virou com uma cara de assustado e a biscate o soltou e me olhou.
- Brigitte, você por aqui?! - Falei com um sorriso cínico estampado no rosto - Desculpe se atrapalhei algo, não foi a intenção.
Ela tentou dizer algo, mas parecia muito surpresa com essa minha reação maluca ao descobrir que ela é uma hipócrita. Não acredito que Dean só ficou olhando e foi incapaz de descobrir que eu estava afim dele. Argh.. homens.
Nisso Frank, o dono da festa, passou bem quando me virei e acabamos nos trombando e acidentalmente nos beijando. Me afastei meio sem graça, sorri, pedi desculpas e me retirei. Afinal, eu não estava com vontade de chapar e não tinha mais o que fazer ali.
Fora da casa procurei por meus amigos só pra avisar que eu já estava indo, porém só encontrei Oliver deitado na grama, embriagado, segurando uma garrafa de vodka.
- Oliver...
Esperei ele parar de olhar para o céu e perceber que eu estava falando com ele.
- Dooooooooommi... você tá linda, eu nunca... - disse ele com uma voz arrastada e enrolada.
Ele me olhava diferente naquela noite, ele estava diferente. Fiquei surpreendida, nunca tinha o visto dizer isso pra alguém. Apenas ri de canto e lhe estendi a mão.
- Vem, to indo embora. Me acompanhe, você já bebeu demais.
Ele segurou minha mão e se levantou com dificuldade. Fomos andando até minha casa. Tivemos que parar duas vezes porque ele precisava vomitar. É, ele estava mesmo mau.
Enchi a banheira, deixei Oliver apenas de samba canção e o fiz entrar na água. Enquanto isso fui até a cozinha pegar um pouco de leite condensado. Ao voltar coloquei uma colher cheia de doce na boca de Oliver.
- Abre a boca, anjo. Isso vai te fazer melhorar.
Cena hilária essa, eu dando doce na boca do Oliver bêbado! Ele ria com qualquer coisa; dei a ele umas roupas que meu irmão deixou aqui da última vez que veio e o encaminhei para minha cama. Ele ainda estava meio grog, mas ficamos conversando e rindo, até que ele caiu no sono.
Sentei na poltrona ao lado da cama e fiquei vendo seriados até tarde.